Brasil no Campeonato Mundial em Baku

O judô paralímpico do Brasil disputará o Campeonato Mundial deste ano, em Baku (Azerbaijão), o primeiro do ciclo dos Jogos de Paris (França), em 2024, no centro dos holofotes. O Brasil lidera seis das 16 categorias (pesos) do ranking da Federação Internacional dos Desportos para Cegos (IBSA, na sigla em inglês). Nenhum outro país chegará ao evento, entre os dias 8 e 10 de novembro, com tantos atletas nessa condição. A Turquia é quem mais se aproxima, com cinco judocas no topo das respectivas categorias.

O ranking considera os principais eventos do ano. Além do Campeonato Europeu, em Cagliari (Itália), foram realizadas três etapas do Grand Prix, em Antalya (Turquia), Nur-Sultan (Cazaquistão) e São Paulo. O Brasil liderou o quadro de medalhas nos três torneios, com quatro judocas conquistando o ouro em todos deles: Arthur Silva, Williams Araújo, Rosicleide Andrade e Rebeca Silva.

Em 2022, serão mais categorias valendo medalhas: 16, contra 13 das duas últimas edições. Isso porque o Mundial de Baku será o primeiro, desde a mudança na regra da modalidade, em que atletas cegos (classe J1) e de baixa visão (J2) passarão a competir separadamente. Cada classe tem oito pesos, sendo quatro por gênero. Antes, eram sete no masculino e seis no feminino.

A divisão possibilitou, principalmente entre aqueles totalmente cegos, o surgimento de novos atletas e a afirmação de nomes mais experientes. Rosicleide e Arthur ilustram bem esse cenário. A primeira esperava, desde 2017, quando foi medalhista nos Jogos Parapan-Americanos de Jovens, em São Paulo, uma oportunidade na seleção adulta. Com incentivo da mãe, a judoca potiguar, de 24 anos, manteve o sonho vivo.

O Brasil terá uma delegação de 21 judocas em Baku, competindo nos 16 pesos. Em seis deles, o país terá dois atletas brigando por medalhas. Há, inclusive, chances de dobradinha no Mundial. Invicto em 2022, Williams tem como adversário, na categoria acima de 90 quilos, na classe J1, o tetracampeão paralímpico Antônio Tenório, que até o ano passado lutava entre os judocas até cem quilos. Já na categoria acima de 70 quilos da classe J2, a rivalidade entre Rebeca – outra com 100% de aproveitamento no ano – e Meg Emmerich, bronze em Tóquio, estará novamente em voga.

* Lincoln Chaves é repórter da TV Brasil

(Fonte e Foto: Agência Brasil)

Deixe um comentário